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A expressão “festa imodesta”, que dá nome ao Colóquio deste ano, empresta da canção de Caetano Veloso o título e a ideia central: “numa festa imodesta como esta vamos homenagear todo aquele que nos empresta sua testa construindo coisas pra se cantar”. Assumindo esse “cantar” num sentido mais amplo, nossa proposta é a de que voltemos nossa atenção para o grande contributo dos artistas da lusofonia, de um modo geral, e dos seus escritores em particular, quando se trata de ajudar-nos a espantar os males. E quem diz espantar os males não pensa apenas na distração que nos leva para longe dos problemas, mas naquela “construção de coisas” que nos dão força para enfrentá-los diretamente, superando-os. Não à toa, naquele que talvez seja o registro mais conhecido da canção de Caetano, Chico Buarque insere os versos do samba “Alegria” – “Minha gente era triste, amargurada, inventou a batucada, pra deixar de padecer. Salve o prazer, salve o prazer”. Celebremos então o prazer de ver a pintura de Ilda Reis (a propósito dos 100 anos do seu nascimento), cuja obra o site do CEP/UFPR estampa ao longo de 2023 em caráter celebrativo; além de ouvir, ler o próprio Chico Buarque – este ano oficialmente galardoado com o Prêmio Camões –, Agustina Bessa-Luís (nos seus 100 anos recém-feitos e nos 70 de A sibila), José Saramago (nos 25 anos da outorga do Nobel para o primeiro autor de língua portuguesa) e Eduardo Lourenço (100 anos também ele, uma trajetória exemplar na atenção dedicada à “construção de coisas”).

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